Por Marta Melo
Em qualquer área de atuação, o termo protagonista tornou-se tão usual em relação ao discente no âmbito do processo de aprendizagem na universidade. No entanto, essa narrativa deve ser elucidada em diferentes aspectos. Assim, com mais concretude, é possível contribuir para a compreensão do discente sobre a importância do protagonismo estudantil.
O termo protagonista vem do grego Protagonistés. Aquele ou aquela que protagoniza. Dentre os significados do dicionário Aurélio, o protagonista é reconhecido como:
- Principal, ativo, participante, operante, determinante, decisivo, preponderante.
- O participante ativo ou de destaque em um acontecimento.
- Que se assume como principal e ativo.
- Que ou quem promove ou fomenta algo.
- Que ou quem é interveniente em episódios da vida cotidiana.
De modo geral, o protagonista é a figura central. Nessa perspectiva, Piaget aponta em sua teoria no campo da aprendizagem que o conhecimento só pode ser absorvido por um indivíduo quando este participa ativamente da aprendizagem. Desse modo, este protagonismo se efetivará se este indivíduo for ativo e participativo naquilo que experiencia ao longo de sua trajetória acadêmica e em sala de aula.
Ao considerar que o protagonismo estudantil no processo de aprendizagem é fundamental, essa narrativa visa colocar o aluno no papel principal deste processo. Ele é responsável por seu próprio aprendizado e por isso, ele deve ser ativo e participativo em todas as etapas do processo.
Nesse sentido, o discente deve estar sempre engajado em diferentes aspectos que envolvem o processo de aprendizagem, tornando-o mais significativo. Isso inclui estabelecer seus próprios objetivos, selecionar recursos e técnicas de estudo compatíveis com suas necessidades, participar e se envolver nas discussões abordadas nas aulas, fazer perguntas e buscar respostas. Somente assim será capaz de identificar suas próprias limitações na aquisição do conhecimento e, em vista disso, deve buscar meios para minimizá-las, por intermédio da leitura, escrita acadêmica, pesquisa e outras atividades.
Segundo Maria Eleonora Rabêllo existem várias formas em que o aluno pode incluir no seu protagonismo e dentre estas citam se: trocas de aprendizados, construção de novos saberes, ao democratizar informações, construir estratégias e desenvolver ações em parceria no âmbito da academia.
Portanto, o papel do estudante no protagonismo de seu próprio aprendizado é importante. Ao se posicionar de forma que esteja sempre engajado e motivado para alcançar seus objetivos acadêmicos e profissionais, tais fatores contribuirão para o sucesso de sua própria jornada educacional. Ressalta-se que a motivação está dentro de cada um de nós e, por isso, é importante buscar maneiras de se manter motivado e perseverante, mesmo quando o processo de aprendizagem se torna desafiador.
Nessa perspectiva, cito algumas estratégias que podem facilitar o processo de aprendizagem na universidade:
Planejamento: a organização deve fazer parte de tudo em nossas vidas e para auxiliar a aquisição do aprendizado, fazer uma lista de tarefas pode ajudar a evitar a procrastinação e garantir que os trabalhos sejam concluídos e entregues em tempo.
Participação ativa nas aulas: a simples presença em sala de aula não é compatível com um indivíduo que busca uma educação de qualidade e por isso participar ativamente nas aulas, com perguntas, discutindo conceitos e compartilhando ideias, farão diferença nesse processo.
Leitura contínua: busque ler de forma contínua e crítica, tal ação ajuda a entender o conteúdo com mais domínio e contribui no desenvolvimento de habilidades analíticas.
Técnicas variadas de estudo: existem muitas técnicas de estudo que podem ajudar na memorização e compreensão de conceitos, incluindo a elaboração de resumos, mapas mentais e até os flashcards, que possibilitam explicar de forma simples determinados assuntos e estimulam a memória.
Trabalho em grupo: trabalhar em grupo pode ajudar a compartilhar ideias e obter diferentes perspectivas sobre os conceitos abordados e dessa forma conectar a teoria e a prática de forma colaborativa.
Diferentes recursos: não se limite a utilizar apenas o que é compartilhado pelo professor em sala de aula. Faça o uso de recursos adicionais e inclua, livros, artigos, vídeos, aplicativos e tutoriais online.
Gestão do tempo: em meio as diferentes demandas reivindicadas na academia, é fundamental gerir o tempo. Desse modo, você será capaz de evitar a sobrecarga devido as várias tarefas e distribuir melhor o tempo para cada disciplina.
Aceite críticas e feedbacks: ao aceitá-los te farão identificar pontos fortes e fracos, refletir sobre seu comportamento, corrigir atitudes e propõe às melhorias para ajustar o seu aprendizado.
Motivação: manter-se motivado é importante para prover o foco e evitar a desistência. Face a isso, é apropriado estabelecer metas, celebrar pequenas conquistas, ter um propósito claro ao longo do tempo e continuamente.
Estabeleça pontes: não construa muros em sua jornada universitária. As relações sociais são fundamentais para fortalecer a vida acadêmica. Por isso, faça amigos e colegas em outras turmas, em outros cursos, busque se aproximar de professores e outros atores que estão no ambiente universitário. Essa composição pode ser positiva em sua carreira profissional e despertar a capacidade de sentir e se colocar no lugar de outra pessoa.
Autocuidado: é essencial para manter uma boa saúde física e emocional. É por meio de diversas ações que é possível melhorar a qualidade de vida, e dentre essas ações, citam-se: descanse quando se sentir sobrecarregado, saia com amigos, dance, caminhe ou corra em um parque público, vá a algum lugar que te faz bem, faça algo prazeroso.
Ao considerar a importância do protagonismo estudantil como fator indispensável no processo de aprendizagem na universidade, destaco o que foi mencionado por Imogen Roy, onde ela nos ajuda a entender que metas eficazes não se baseiam em resultados finais, elas estão comprometidas com o processo. O comprometimento é algo que está inteiramente sob nosso controle, mesmo que o resultado não esteja.
Referência:
FERREIRA, A. B. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo. 4 ed. 2009.
MONTOYA, A. O. D. Teoria da aprendizagem na obra de Jean Piaget. UNESP, 2009.
RABÊLLO, M. E. D. L. O que é protagonismo juvenil. v. 5, 2004. Disponível em: https://cursosextensao.usp.br/pluginfile.php/52863/mod_resource/content/2/Protagonismo%20juvenil.pdf
Como citar esta página:
SILVA-MELO, M. R. O protagonismo estudantil no processo de aprendizagem na universidade. Ecodidática, Campo Grande, 05 de maio de 2023. Disponível em: http://o-protagonismo-estudantil-no-processo-de-aprendizagem-na-universidade. Acesso em: dd. mm. aaaa.
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